Onde estamos, quando estamos em Jesus?

O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.

Salmos 18:2

Trazemos para este devocional a experiência de um salmista: alguém que orava, cantava, poetizava e se alegrava a partir da segurança que sentia em seu contato com Deus.


É interessante perceber que, no Salmo 18, seu autor descreve Deus como um lugar: e mais do que isso: um lugar forte!
É a partir desse sentimento – de Deus enquanto lugar – que nos perguntamos: onde estamos quando estamos nesse lugar forte chamado Jesus?


Em primeiro lugar, estamos num lugar de reconhecimento de nossas limitações: a força de Deus nos faz ter noção de nossas fraquezas. Mas, ao contrário do que um exercício lógico-imediato pode sugerir, isso não é ruim: como apontou Paulo em 2° Coríntios 12:9, o poder de Deus se aperfeiçoa em nossas fraquezas.


Em Jesus, também estamos em um lugar de reconhecimento de nosso desconhecimento: a onisciência divina nos faz perceber o quanto não sabemos: ou como sugeriu novamente Paulo, “em parte conhecemos” (1 Co 13:9).


E quando estamos em Cristo, cientes de nossas limitações e nossos desconhecimentos, cai por terra qualquer vestígio de “autoritarismo espiritual” e “arrogância teológica”: os fundamentos do que poderia ser o fundamentalismo religioso cristão são desconstruídos.


Em Jesus, estamos em um lugar que não nos permite a ideia de sermos detentores da verdade inquestionável sobre Deus; não buscamos ter uma narrativa hegemônica, e muito menos nos vemos como seus “porta-vozes”.


A estranha religiosidade que tem muito mais de projeto de poder do que propósito de espiritualidade, se dissolve quando estamos em Jesus. Nele, encontramos um lugar forte: forte o suficiente para nos proteger das maldades e julgamentos que se fazem em nome da bélica “moral tradicional cristã”. Em Cristo, estamos num lugar onde sua graça nos basta!